Em 2024, o rendimento médio mensal dos trabalhadores no Brasil foi de aproximadamente R$ 3.225. Esse valor representa um aumento de 3,7% em relação a 2023 e um crescimento de 10,1% desde 2012, quando esses dados começaram a ser monitorados.
No entanto, esse avanço não ocorreu de maneira uniforme em todo o país. Enquanto alguns estados registraram os maiores rendimentos médios da série histórica, em outros, houve queda nos ganhos dos trabalhadores. No Amazonas e em Roraima, por exemplo, a remuneração média diminuiu na comparação com o ano anterior.
Por outro lado, 13 estados alcançaram seu maior patamar de rendimento desde o início do levantamento. Esse crescimento foi observado em Rondônia, Tocantins, Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe e Espírito Santo, além de todas as unidades da região Sul e do Centro-Oeste.
Mesmo com o aumento registrado, o Maranhão continua sendo o estado com o menor rendimento médio do país, chegando a R$ 2.049 – pouco mais da metade do valor pago em São Paulo (R$ 3.907), que possui a segunda maior média nacional, ficando atrás apenas do Distrito Federal.
Os valores apresentados refletem o rendimento médio real, ou seja, já descontada a inflação, considerando todos os trabalhos exercidos pelos trabalhadores na semana de referência da pesquisa.
Informalidade e estrutura econômica afetam rendimentos
De acordo com especialistas, a baixa remuneração observada nas regiões Norte e Nordeste está diretamente relacionada à alta informalidade do mercado de trabalho. Em sete estados – Pará, Piauí, Maranhão, Ceará, Amazonas, Bahia e Paraíba – mais da metade da força de trabalho atua sem vínculo formal, o que contribui para a redução da média salarial.
Além disso, a estrutura econômica dessas regiões, mais voltada para o setor de serviços e com menor presença da indústria, também influencia os rendimentos. Setores industriais tendem a oferecer salários mais elevados, enquanto os serviços, muitas vezes, apresentam remunerações menores.
Já no Distrito Federal, onde se encontra o maior rendimento médio do país, a principal explicação para os altos valores é a grande concentração de empregos no setor público, que oferece salários mais elevados e exige maior nível de escolaridade.
A necessidade de políticas regionais
Embora as médias nacionais sejam importantes para acompanhar a evolução do mercado de trabalho, elas não refletem integralmente a realidade de cada região. A desigualdade entre os estados brasileiros reforça a necessidade de políticas públicas que levem em consideração as particularidades locais.
Diante das diferenças econômicas e estruturais do país, especialistas defendem um olhar mais atento para a formulação de medidas voltadas às especificidades regionais, garantindo maior equilíbrio no desenvolvimento e nas oportunidades para os trabalhadores.
Confira valor médio recebido por estado
- Distrito Federal – R$ 5.043
- São Paulo – R$ 3.907
- Paraná – R$ 3.758
- Rio de Janeiro – R$ 3.733
- Santa Catarina – R$ 3.698
- Rio Grande do Sul – R$ 3.633
- Mato Grosso – R$ 3.510
- Mato Grosso do Sul – R$ 3.390
- Espírito Santo – R$ 3.231
- Brasil (média nacional) – R$ 3.225
- Goiás – R$ 3.196
- Rondônia – R$ 3.011
- Minas Gerais – R$ 2.910
- Amapá – R$ 2.851
- Roraima – R$ 2.823
- Tocantins – R$ 2.786
- Rio Grande do Norte – R$ 2.668
- Acre – R$ 2.563
- Pernambuco – R$ 2.422
- Alagoas – R$ 2.406
- Sergipe – R$ 2.401
- Amazonas – R$ 2.293
- Paraíba – R$ 2.287
- Pará – R$ 2.268
- Piauí – R$ 2.203
- Bahia – R$ 2.165
- Ceará – R$ 2.071
- Maranhão – R$ 2.049