Isenção de IR para segurados com doença grave segue em debate no Judiciário

3 semanas atrás 10

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Entenda debate e decisão do TRF4 sobre a isenção de IR para segurado com visão monocular.

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Isenção de IR para segurados com doença grave segue em debate no Judiciário mesmo com legislação definida

O exercício do direito à fruição de benefícios fiscais para segurados portadores de doença grave segue demandando o Poder Judiciário, não obstante a legislação de longa data e a ressonante jurisprudência.

Tal judicialização tem sido provocada pela União, na maioria das vezes, mesmo diante de evidências suficientes já no âmbito do pedido administrativo, sustentando a falta de “prova inequívoca” da moléstia e a suposta necessidade de perícia médica oficial.

Contudo, as decisões no Poder Judiciário têm reafirmado que a isenção tem cabimento a partir do momento em que comprovada a moléstia, independentemente de ter havido requerimento expresso ou comprovação perante junta médica oficial.

O direito à isenção do imposto de renda em virtude de doença grave está previsto no inc. XIV do art. 6º da L 7.713/1988, com redação dada pela L 8.541/1992, alterada pela L 11.052/2004.

A 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmou sentença que reconheceu o direito à isenção de imposto de renda a uma aposentada diagnosticada com cegueira monocular, com efeitos retroativos à data do diagnóstico confirmando que a negativa estatal não se sustenta.

A decisão enfatiza que para a outorga da isenção do imposto de renda é necessária a cumulação de dois requisitos pelo contribuinte: receber proventos de aposentadoria e ou pensão ou reforma e estar acometido de uma das doenças arroladas no dispositivo legal.

O relator do caso ressaltou que a jurisprudência pacífica do TRF4, consolidada na Súmula 88, no sentido de que a legislação não faz distinção entre cegueira binocular e monocular para fins de isenção do IR, e ainda que a Súmula 627 do STJ aponta que a isenção independe da contemporaneidade dos sintomas da doença.

O judiciário, no exemplo aqui comentado, considerou suficientes os documentos médicos constantes dos autos, inclusive laudo emitido por serviço médico oficial atestando a visão monocular, com isso, a União teve negado provimento ao recurso de apelação da União e majorado os honorários advocatícios de sucumbência, nos termos do artigo 85, §11, do CPC.

A dinâmica escolhida pelo Estado com adoção de negativas injustificadas à fruição dos direitos aos segurados, como confere a lei, aponta maior custo final aos cofres públicos.

Fonte: TRF4 - Apelação nº 5031142-85.2024.4.04.7100/RS

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Karina Alves

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Karina Alves

Doutoranda em Direito do Trabalho pela USP, Mestre em Direito Previdenciário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e Bacharel em Direito pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul. Professora convidada no curso de pós-graduação em Direito do Trabalho na Fundação Instituto de Ensino para Osasco (Unifieo), membro associada do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário e do Núcleo de Memória dos Direitos Humanos da OAB/SP. Sócia responsável pela área de Direito do Trabalho e previdenciário (benefícios) do TSA.

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