Bactérias vão tapar trincas em prédios da Lua e Marte

Espa?o

Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/04/2025

Constru??o civil espacial

Como n?o d? para contar com entregas a domic?lio de materiais de constru??o no espa?o - foguetes carregados com tijolos ficariam muito caros - n?o t?m faltado ideias para produzir localmente esses materiais.

Uma das preferidas, a sinteriza??o de solo lunar usando laser, n?o funcionou como esperado, mas ainda podemos contar com possibilidades como um concreto espacial feito com sangue, suor e l?grimas dos exploradores, com tijolos feitos com xixi de astronauta ou, de modo mais realista, com a impress?o 3D para construir bases usando o solo local.

Qualquer que seja o caminho, quando tivermos os tijolos espaciais ? disposi??o, Nitin Gupta e colegas do Instituto Indiano de Ci?ncias j? sabem como consertar qualquer trinca que possa aparecer nas paredes das bases lunares ou marcianas: Usar uma massa ? base de bact?rias para reparar os buracos ou tijolos quebrados.

Alguns anos atr?s, pesquisadores desenvolveram uma t?cnica que usa uma bact?ria do solo chamada Sporosarcina pasteurii para construir tijolos a partir de simuladores de solo da Lua e de Marte. A bact?ria converte ureia e c?lcio em cristais de carbonato de c?lcio que, junto com goma guar, colam as part?culas do solo para criar materiais semelhantes a tijolos.

Esse processo ? uma alternativa ecol?gica e de baixo custo ao uso de cimento e j? foi aprimorado para outros usos, incluindo a fabrica??o de pe?as para carros, avi?es e pontes. Posteriormente, a equipe tamb?m explorou a sinteriza??o - aquecimento de uma mistura compactada de simulador de solo e um pol?mero chamado ?lcool polivin?lico a temperaturas muito altas - para criar tijolos ainda mais resistentes.

Assim, considerando o problema da fabrica??o de tijolos no espa?o j? bem encaminhado, a equipe partiu para desenvolver t?cnicas de reparo, para consertar qualquer constru??o que trinque ou d? defeito.

Bact?ria que conserta trincas

A superf?cie lunar ? desafiadora, com temperaturas podendo variar de 121 ?C a -133 ?C em um ?nico dia. E ela ? constantemente bombardeada por ventos solares e meteoritos. Isso pode causar rachaduras nos tijolos, enfraquecendo as estruturas constru?das com eles.

"As mudan?as de temperatura podem ser muito mais dr?sticas na superf?cie lunar, o que pode, ao longo do tempo, ter um efeito significativo," explica o professor Koushik Viswanathan. "Tijolos sinterizados s?o quebradi?os. Se voc? tiver uma rachadura e ela crescer, toda a estrutura pode desmoronar rapidamente."

Para resolver esse problema, a equipe recorreu novamente ?s bact?rias. Eles criaram diferentes tipos de defeitos artificiais em tijolos sinterizados e despejaram neles uma pasta feita de S. pasteurii, goma guar e um simulador de solo lunar.

Ao longo de alguns dias, a pasta penetrou nos defeitos e a bact?ria produziu carbonato de c?lcio, que os preencheu. A bact?ria tamb?m produziu biopol?meros que agiram como adesivos, que uniram fortemente as part?culas do solo com a estrutura residual do tijolo, recuperando assim grande parte da resist?ncia perdida pelo dano. Esse processo pode evitar a necessidade de substituir tijolos danificados por novos, estendendo a vida ?til das estruturas.

"Descobrimos que as bact?rias n?o s? podem solidificar a pasta, mas tamb?m aderir bem a essa outra massa. Os tijolos refor?ados tamb?m foram capazes de suportar temperaturas que variam de 100 ?C a 175 ?C," disse Aloke Kumar, membro da equipe.

Testes no espa?o

A equipe reconhece que ainda n?o tem a solu??o definitiva: "Uma das grandes quest?es ? sobre o comportamento dessas bact?rias em condi??es extraterrestres," diz Kumar. "A natureza delas mudar?? Elas parar?o de fazer a produ??o de carbonato? Essas coisas ainda s?o desconhecidas."

Para descobrir isto, os pesquisadores est?o elaborando uma proposta para enviar uma amostra da bact?ria ao espa?o como parte da miss?o Gaganyaan, para testar seu crescimento e comportamento sob microgravidade. A miss?o Gaganyaan ("Ve?culo Celeste") prev? a demonstra??o da capacidade de voo espacial da Ag?ncia Espacial Indiana. Ainda sem data marcada, ela consistir? no lan?amento de uma tripula??o de tr?s astronautas a uma ?rbita de 400 km para uma miss?o de tr?s dias, durante os quais eles realizar?o diversos experimentos cient?ficos.

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