Novo processo faz seda do bicho-da-seda superar seda natural

Materiais Avan?ados

Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/03/2025

Seda com propriedades preservadas

A seda do bicho-da-seda ? uma fibra ? base de prote?nas com propriedades mec?nicas que rivalizam com as das fibras sint?ticas derivadas do petr?leo, mesmo sendo fiada usando uma fra??o da energia dessas vers?es artificiais.

Infelizmente, apesar de d?cadas de pesquisa, aspectos sobre esse processo da fia??o natural do bicho-da-seda permanecem um mist?rio, o que tem impedido o avan?o de t?cnicas para reproduzi-lo artificialmente ou para tratar industrialmente a seda natural.

Martin Zaki e colegas da Universidade Deakin, na Austr?lia, acreditam ter dado um passo importante para resolver esse mist?rio ap?s conseguir fiar uma nova classe de seda que gerou fibras com desempenho superior ? seda natural.

A inova??o, uma esp?cie de fia??o a ?mido, foi poss?vel deixando de lado a degomagem, um processo industrial comum, e, em vez dela, usando a dissolu??o de fibras de seda inteiras. Para isso foi usado um coquetel de componentes de seda solubilizados e n?o separados, imitando as propriedades dos materiais naturais.

Usando essa nova t?cnica, a equipe conseguiu produzir uma solu??o fi?vel que imita melhor a seda originalmente produzida pelo bicho-da-seda. Essa solu??o foi fiada a ?mido em laborat?rio, resultando em fibras com desempenho in?dito.

"A equipe identificou uma maneira de recriar a fibra produzida pelo bicho-da-seda e desbloquear o potencial para que ela seja t?o biodegrad?vel, resistente e energeticamente eficiente. De fato, quando fiadas sob condi??es id?nticas, as solu??es n?o gomadas produzem fibras oito vezes mais fortes e 218 vezes mais resistentes do que as mat?rias-primas de seda degomada," contou o professor Joe Razal.

Seda n?o degomada versus degomada

O padr?o na ind?stria consiste em usar degomagem para desfiar o casulo do bicho-da-seda, extraindo suas fibras, que s?o ent?o enroladas em um carretel. A degomagem tamb?m permite dissolver a seda e usar a solu??o para criar materiais em novos formatos.

"No entanto, a remo??o de um componente essencial do material natural, o revestimento de goma sericina, geralmente traz danos colaterais ?s prote?nas da seda e, por isso, costuma ser considerada um mal necess?rio," disse Chris Holland, membro da equipe.

O novo processo combina uma etapa de moagem, seguida pela dissolu??o em um solvente supersaturado, o que permite fiar artificialmente a seda n?o degomada.

Al?m de novos tecidos mais resistentes, a seda mais parecida com a natural pode ser usada em in?meras aplica??es, de revestimentos para aumentar a vida ?til de alimentos e baterias biodegrad?veis at? a repara??o de nervos em cirurgias.

"Se este conhecimento puder ser aplicado a outros biopol?meros - outras prote?nas, fibras celul?sicas - poderemos potencialmente produzir novas fibras gastando uma fra??o de energia em rela??o aos sint?ticos, mas com o mesmo desempenho, mantendo a vantagem da biodegradabilidade," disse o professor Benjamin Allardyce.

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