Superfluorescência abre caminho para tecnologias quânticas de alta temperatura

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Eletr?nica

Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/06/2025

Superfluoresc?ncia abre caminho para tecnologias qu?nticas de alta temperatura

Perovskitas apresentam superfluoresc?ncia em altas temperaturas.
[Imagem: Ella Maru Studios/NCSU]


Superfluoresc?ncia

Embora a supercondutividade seja bem conhecida, nos ?ltimos anos os f?sicos avan?aram no conhecimento de uma s?rie de outros "estados extremos" da mat?ria, incluindo a superfluidez, a supersolidez e at? um h?brido de ambas, a superfluidez em um supers?lido.

Agora chegou a vez de os holofotes se virarem para a superfluoresc?ncia, que se caracteriza pela emiss?o coletiva e coerente de luz quando um conjunto de emissores ? energizado, resultando em uma emiss?o muito mais intensa, embora mais curta, do que quando os emissores est?o em seu estado fundamental.

O fen?meno ? razoavelmente bem conhecido e j? foi demonstrado em v?rios sistemas, como nuvens at?micas, pontos qu?nticos e l?quidos de quasipart?culas. Mas h? um detalhe: A superfluoresc?ncia sempre foi observada em temperaturas criog?nicas, exigidas pelos fen?menos tipicamente qu?nticos.

Agora, a professora Melike Biliroglu e colegas de v?rias institui??es e pa?ses conseguiram desvendar o mecanismo e as condi??es materiais necess?rias para que a superfluoresc?ncia ocorra em temperatura ambiente.

Esta demonstra??o te?rico-experimental dever? servir como um modelo para o projeto de materiais que permitam estados qu?nticos ex?ticos - como supercondutividade, superfluidez etc - em altas temperaturas, abrindo caminho para aplica??es como computadores qu?nticos que n?o exijam temperaturas extremamente baixas para funcionar e melhores emissores de luz.

Superfluoresc?ncia abre caminho para tecnologias qu?nticas de alta temperatura

Ilustra??o dos polarons (esquerda) e sua nuvem de f?nons interagindo com a rede at?mica do material (direita).
[Imagem: Gerado por IA/Gemini]

Superfluoresc?ncia a temperatura ambiente

A descoberta, que se baseou na emergente e promissora classe das perovskitas, envolve uma s?rie de quasipart?culas e fen?menos qu?nticos associados, a saber: ?xcitons, polarons, s?litons e skyrmions.

Os ?xcitons s?o como part?culas compostas - por isso chamadas de quasipart?culas -, formadas pelo acoplamento de uma carga negativa (um el?tron) com uma carga positiva (uma lacuna), no interior de um material s?lido. Os polarons s?o mais complicados, envolvendo a intera??o de um el?tron ou lacuna com um ?tomo na rede cristalina do material, sendo que essa intera??o causa vibra??es, que s?o f?nons, por sua vez a quantiza??o de coisas como o calor ou o som. Os s?litons s?o ondas muito robustas, que n?o perdem facilmente energia e nem o seu formato. E os skyrmions s?o uma esp?cie de redemoinho magn?tico que promete revolucionar a computa??o.

"Imagine a rede at?mica como um tecido fino esticado entre dois pontos. Se voc? colocar bolas s?lidas - que representam ?xcitons - sobre o tecido, cada bola deforma o tecido localmente. Para obter um estado ex?tico como a superfluoresc?ncia, ? necess?rio que todos os ?xcitons, ou bolas, formem um grupo coerente e interajam com a rede como uma unidade, mas em altas temperaturas o ru?do t?rmico impede isso," explicou o professor Kenan Gundogdu, da Universidade da Carolina do Norte.

Mas a perovskita conta com mais quasipart?culas em sua prateleira, de modo que o racioc?nio pode prosseguir. "A bola e sua deforma??o local juntas formam um polaron," continuou Gundogdu. "Quando esses polarons transitam de uma distribui??o aleat?ria para uma forma??o ordenada na rede, eles formam um s?liton, ou unidade coerente. O processo de forma??o do s?liton amortece as perturba??es t?rmicas, que de outra forma impediriam os efeitos qu?nticos."

Pronto. A superfluoresc?ncia emergiu em um sistema de estado s?lido a temperatura ambiente. "Esta ? uma das primeiras observa??es diretas da forma??o de estados qu?nticos macrosc?picos," disse Melike Biliroglu, membro da equipe.

"Efeitos qu?nticos macrosc?picos, como a supercondutividade, s?o essenciais para todas as tecnologias qu?nticas que buscamos - comunica??o qu?ntica, criptologia, sensoriamento e computa??o - e todas elas s?o atualmente limitadas pela necessidade de baixas temperaturas. Mas agora que entendemos a teoria, temos diretrizes para projetar novos materiais qu?nticos que podem funcionar em altas temperaturas, o que representa um enorme avan?o," concluiu Gundogdu.

Bibliografia:

Artigo: Unconventional solitonic high-temperature superfluorescence from perovskites
Autores: Melike Biliroglu, Mustafa T?re, Antonia Ghita, Myratgeldi Kotyrov, Xixi Qin, Dovletgeldi Seyitliyev, Natchanun Phonthiptokun, Malek Abdelsamei, Jingshan Chai, Rui Su, Uthpala Herath, Anna K. Swan, Vasily V. Temnov, Volker Blum, Franky So, Kenan Gundogdu
Revista: Nature
DOI: 10.1038/s41586-025-09030-x

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